segunda-feira, 28 de junho de 2010

ERA DOS EXTREMOS



(Por José William Assunção Lóscio do Conexão Direta)


O livro 'Era dos Extremos', de Eric Hobsbawm, em suas 598 páginas, é um elegante repasse aos acontecimentos do século XX. A obra começa com a chamada 'era das catástrofes', na qual aconteceram as duas grandes guerras. Depois segue com os 45 anos após o lançamento da bomba atômica, que o autor denomina de 'era de ouro', e finaliza com o período de 'desmoronamento', que deixa entrever uma brutalização na política e uma irresponsabilidade da ortodoxia econômica, abrindo portas para um futuro incerto.

As revoluções política, cultural, científica e social desfilam pelos olhos do leitor na passarela da História, trazendo reflexões sobre a perda de muitas ilusões da mocidade, mas ensejando esperanças pela busca de um mundo melhor.


A leitura é atraente e culturalmente enriquecedora.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

E Viva São João?

Hoje, 24 de junho, comemoramos o dia de São João.

Os povos antigos comemoravam o início do Verão quando ocorria o dia mais longo do ano que, no Hemisfério Norte, se dava por volta de 21 de junho.

Para os cristãos era uma festa pagã, mas na realidade, era uma festa religiosa onde as pessoas comemoravam os preparativos para as colheitas e a volta do calor do sol por um período mais longo durante os dias.

Nessas comemorações, acendiam-se fogueiras com ervas aromáticas para afastar os maus espíritos e trazer prosperidade. Em volta das fogueiras, as pessoas faziam oferendas, compartilhavam comidas e bebidas e deixavam-se perfumar com a fumaça, pulando a fogueira e dançando em volta dela.

Quando os cristãos passaram a comemorar o dia de São João Batista em 24 de junho, trouxeram todas as tradições dos festejos comemorativos do início do Verão, o que perdura até hoje.

Apenas com uma ressalva, aqui no Hemisfério Sul ocorre justamente o contrário. Por volta de 21 de junho comemoramos o início do nosso Inverno, quando é registrado o dia mais curto do ano. Então, uma fogueirinha e um quentão combinaram muito bem.

Interessante é que por volta do dia 21 de dezembro ocorre o início do Inverno no Hemisfério Norte e voltam as noites longas.

Nesta época, no Hemisfério Norte, ocorre a noite mais longa do ano e, como faz muito frio, as famílias faziam celebrações dentro dos seus lares. Assim, ao invés de acender fogueiras, comemoravam ao redor de uma árvore colocada dentro de casa. Ali faziam oferendas e outros rituais, para agradecer as colheitas e pedir proteção no longo período frio que se iniciava.

Da mesma forma que aconteceu com São João Batista, os cristãos passaram a comemorar o nascimento de Jesus Cristo no dia 24 de dezembro e todas as tradições existentes foram incorporadas a essas comemorações.

São João era santo festeiro?

Ou foi o povo que inventou?

E Santo Antonio, padroeiro?

Santo da mulher protetor?

Perguntas estão no terreiro

Na fogueira o milho queimou



A quadrilha dança em cobrinha

Na frente de João, Maria,

Bonita como uma rolinha

Primogênita de Abdia

Este, longe como convinha,

Aqueles querendo folia



Era o casal mais bonito

Poeira, com calor, subia

Subia tudo, afogueavam

Mais perto João queria

As cumadres longe gritavam:

“Dançando sem estripulia!”


E a quadrilha no anarriê

Trocando, o par ia pra frente

Rindo os dois até não poder.

No anavantur, diferente,

Brincando, faziam balancê

Levando um monte de gente



Assim que a quadrilha acabou

Os dois ficaram parados

Fogueira no fogo espalhou

Suor no rosto, afogueados

C'est fini?, mas nem começou!

Eram um só, abraçados


Fernando Gurgel Filho

terça-feira, 22 de junho de 2010

A VANTAGEM ACADÊMICA DE CUBA

(colaboração nildson.avila)

Por Martin Carnoy.

A respeito de um estudo comparativo do desempenho de alunos da escola fundamental em Cuba, Brasil e Chile, na tentativa de descobrir que fatores eram relevantes para o desempenho dos alunos em matemática e interpretação de textos..

Um dos fatores apontados seria que os professores não seriam supervisionados, sendo senhores independentes e absolutos da sala de aula..

Pg 154:

“No caso das principais variáveis que ligam a construção curricular ao ensino do currículo — capacidade docente adquirida através da formação, indução do novo docente e supervisão da prática do ensino e desenvolvimento profissional em serviço —, o Brasil e o Chile realizam um trabalho que nem chega perto do de Cuba e esta parece ser a razão de grande parte da diferença do desempenho dos alunos entre esses países.
Os professores cubanos saem do ensino médio com melhor conhecimento dos conteúdos deste nível de ensino, obtêm uma formação para o magistério centrada nos métodos práticos de ensino, com foco no currículo nacional e são supervisionados e capacitados nos primeiros anos de suas carreiras por gestores escolares e professores orientadores. Quase todas as escolas são organizadas em torno das práticas de ensino, um foco que difere do da maioria das escolas brasileiras e chilenas.

Os principais efeitos dos sistemas de supervisão de baixa qualidade do Brasil e do Chile são que muitos professores nunca aprendem a ensinar eficazmente e são incapazes de realizar um bom trabalho de ensino do currículo obrigatório. Por conseguinte, grande quantidade do conteúdo curricular nunca é oferecida a muitos alunos, e eles e seus pais muitas vezes não sabem quão pouco eles aprenderam, em comparação ao que poderiam ter aprendido, se lhes fosse dada a oportunidade.

O pior resultado da supervisão de baixa qualidade nesses países é o absenteísmo docente. Com base em nossas observações e entrevistas, o sistema brasileiro, entre os três, é particularmente vulnerável ao absenteísmo, embora não tenhamos nenhum estudo abrangente para sustentar essa assertiva. Nesse caso, os estudantes recebem um volume menor de conteúdo e ficam marginalizados da sociedade moderna. Ao contrário da baixa qualidade “oculta” onde o professor comparece, mas oferece educação de baixa qualidade, quando os professores se ausentam os pais aparentemente compreendem que a qualidade é baixa e reagem reduzindo a pressão sobre seus filhos para freqüentar a escola.

Serão essas diferenças inerentes aos contextos sociopolíticos? Em parte, sim. É impossível estudar esses sistemas e observar a maneira pela qual as escolas funcionam dentro deles sem concluir que grandes diferenças existem no ambiente que cerca a educação e transmissão de conhecimentos em cada um. É muito mais fácil para um professor oferecer educação de qualidade em uma sociedade onde basicamente todas as crianças vão para a escola na idade correta e estão bem alimentadas (???), onde o sucesso educacional é importante para a maioria das famílias e onde as famílias reconhecem a dedicação dos professores e das escolas a uma educação de qualidade para seus filhos.

Mas, em parte, não. Muitas empresas brasileiras e chilenas atuam com eficiência, competindo nos mercados mundiais, supervisionando seus funcionários e gestores, ajudando-os a aumentar a produtividade, monitorando o produto e os lucros, prestando informações aos funcionários que ajudam as empresas a incrementar os lucros. Por que o sistema educacional não poderia empregar as mesmas técnicas nas suas escolas, como as utilizadas pelas empresas privadas da mesma sociedade? Isso deveria ser especialmente verdade no Chile, onde mais de 45% dos estudantes freqüentam escolas privadas. No entanto, as escolas brasileiras e chilenas não copiam as empresas privadas, enquanto em Cuba, ironicamente, as escolas dirigidas pelo governo são organizadas para funcionar como muitas empresas privadas tradicionais das sociedades capitalistas. Elas supervisionam seus “funcionários-gerentes’ ajudando-os a aumentar a produtividade, a conhecer melhor seus clientes e a monitorar o produto escolar com cuidado. Os municípios (e estados), no Brasil e no Chile, podem adotar esses métodos — ao menos alguns deles — mesmo dentro do atual contexto sociopolítico. Eles também podem certificar os professores recém-formados e intervir de diversas maneiras para tentar melhorar a freqüência docente nas escolas rurais.

O Brasil e o Chile podem começar a focalizar seus esforços nos fatores que funcionam em Cuba sem se tornar Estados autoritários ou incorporar completamente a ideologia (revolucionária) da sociedade cubana. Vamos explorar as implicações deste ponto no último capítulo.”

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A Bela e o Veículo Encantado


Por Denir Mendes Miranda


Se você é um homem casado, e sua mulher não é contra andar de bicicleta, agradeça todo dia. Se ela compreende, o incentiva e apóia, sinta-se feliz. Se ela pedala também, você é um cara sortudo!!
Se você é mulher, por que não pedala??


Não tenha medo de responder. Este é um problema mundial. Mulheres pedalam bem menos que homens. Alguns dizem que o fator que mais impede as mulheres de optarem pela bicicleta é a falta de segurança. Não só do trânsito em si, de não haver espaço para bicicletas, mas também na simples rotina de estacionar bicicletas, de pedalar sozinha por locais ermos, a mulher está sempre mais vulnerável que os homens – sobretudo aqui, sociedade machista com histórico de violência contra as mulheres.
Outros dizem – e as próprias mulheres confirmam – que pedalar não é “fashion”, não é agradável. A indústria da bicicleta tem grande culpa nisto, pois concentram-se apenas em bicicletas e roupas esportivas. O mercado, no Brasil, é dominado por mountain-bikes, que não são boas nem confortáveis para andar na cidade, e bicicletas de transporte sem estilo, sem graça e sem tecnologia. Poti, Tropical, Ônix são bicicletas feias e até meio bregas – a indústria reforça e alimenta o preconceito social ao não produzir bicicletas de transporte com classe, elegância e estilo.
Outro problema é como guardar bicicletas em prédios e condomínios que também não são amigos das bicicletas. O vídeo Beauty and The Bicycle aponta estes mesmos problemas. Um grupo de garotas de Darlington, norte da Inglaterra, conta as razões porque não pedalam. Guess what!! Falta de infraestrutura e bicicletas inadequadas. Então elas são convidadas a fazer uma experiência. Ganham bicicletas holandesas para transporte, pedalam pelas ruas da sua cidade, depois vão conhecer Bremen, na Alemanha, onde a realidade é completamente diferente. Se não souber inglês (e bem!), vale a pena ver as belíssimas imagens. O que as garotas alemãs dizem é simplesmente incrível!

O trailer de 8 minutos é uma amostra do filme que está sendo exibido na Europa. Também faz parte do projeto um livro e um DVD que podem ser comprados diretamente no site.

Beauty and The Bicycle faz alusão ao conto de fadas francês La Belle et la Bête, em inglês: Beauty and The Beast, mais conhecido por aqui pelo filme A bela e a fera. Escolhido a dedo, o título do projeto é uma metáfora perfeita. A beleza da mulher e os medos de um pavor indefinido, mas real. Quem sabe, ao final da história, as mulheres chorem sobre a bicicleta morta e ela se transforma num veículo encantado??



PS.: Este post é uma homenagem à Maria Cristina, no dia dos Namorados. Já pedalamos muito juntos e vamos continuar ainda por muito tempo. Mas ela não usa a bicicleta para o trabalho. Antes, porque não tinha uma bicicleta decente – até ganhar uma Dahon Briza de presente. Depois, até a síndica proibir o transporte de bicicleta nos elevadores do prédio. Como o prédio não tem bicicletário que preste, e como a Cristina não quer se submeter a descer e subir 3 andares carregando bicicleta no ombro, simplesmente abandonou a idéia de pedalar para o trabalho (a única vez que foi, tomou um banho de chuva…). Agora só pedala comigo, porque eu desço a bicicleta – pela escada ou pelo elevador.

Fonte: http://biciclotheka.wordpress.com/2010/06/13/bela-veiculo-encantado/

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Para celebrar o Dia dos Namorados, nada melhor que o nosso poetinha.

Soneto de fidelidade
(Vinicius de Moraes)

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Poesias

Fico feliz em participar desse blog, colocando poesias minhas e de poetas varios.